Grupo Agon Teatro faz sua estreia em Londrina neste sábado (28), às 20 horas, com peça escrita e dirigida por Renato Forin Jr. Espetáculo volta em cartaz em abril
Crédito/fotos: Marika Sawaguti
Dois irmãos
que passaram a juventude no campo se reencontram na cidade em um momento
decisivo: o da notícia da morte da mãe. Uma história que pode ser banal. Mas também
trágica... e cotidiana. Em uma viagem familiar rumo ao passado e em direção às
raízes, o Agon Teatro apresenta seu espetáculo de estreia, “Ovo”, neste final
de semana (sábado e domingo), às 20 horas, na Usina Cultural. A
temporada prossegue de 9 a 19 de abril, de quinta a domingo.
O trabalho tem dramaturgia e direção de Renato Forin Jr., que
também está em cena ao lado da atriz Danieli Pereira. O grupo teve orientação
cênica de Marcio Abreu (da Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba).
Édipo e Electra são personagens gregos evocados nesse drama
familiar brasileiro. “Ovo” remete liricamente ao universo rural, ambientando o
espetáculo num antigo galinheiro onde os irmãos, na infância, trabalhavam e
brincavam.
Em sua dramaturgia, Renato Forin desconstrói os mitos
originais da tragédia grega e elabora uma fábula inédita. Os sentimentos e
tabus familiares são trabalhados de forma poética e metafórica. Electra parte
do sítio para encontrar Édipo na cidade e dar a notícia do falecimento da
genitora. Neste instante de desespero, afloram-se as pendências de um passado
permeado por dor e ciúmes - circunstâncias que levaram Édipo ao exílio.
Aos poucos, os espectadores desvendam a trama, oferecida em
fragmentos e com idas e vindas temporais. Os personagens de “Ovo” aparecem
revestidos de uma humanidade cotidiana, o que faz com que suas narrativas
espelhem-se no drama pessoal de cada um na plateia.
A história de “Ovo” intercala momentos narrativos que expõem
os sentimentos entre os irmãos, suas relações paternais e a fragilidade dos
afetos diante de circunstâncias extremas como a morte e a passagem do tempo, o
desaparecimento de quem se ama e a ausência de respostas para quase tudo o que
realmente importa.
Ao mesmo tempo em que conserva uma essência lírica, a
dramaturgia apresenta inovações formais que a enquadram no chamado drama
contemporâneo. Em vários momentos, os atores parecem despertar da trama para
refletir sobre a ilusão teatral.
O GRUPO
Criado em
Londrina há três anos como um grupo de pesquisa, o Agon Teatro investiga a encenação
e a dramaturgia contemporânea. Sediado na Vila Usina Cultural, mantém uma
rotina de ensaios e treinamentos baseados em linhas de força da tradição.
É a partir
dessa proposta que os fundadores do grupo, Renato Forin Jr. e Danieli Pereira, pretendem desenvolver seus espetáculos, trabalhando também com artistas convidados. Nesta primeira
experiência do grupo, a montagem teve criação sonora de José
Carlos Pires Junior, desenho de luz de Maria Emília Cunha e figurino de
Nathalia Oncken.
Para o encenador Marcio Abreu, “Ovo” mostra
uma tentativa de explorar o texto de forma bastante singular. “Há uma interseção forte entre literatura e
teatro. O campo visual e o sonoro. É uma dramaturgia rica em interfaces”, diz.
Marcio Abreu destaca a força da relação entre texto e
encenação. “Esses campos se articulam tão bem que se tornam
indissociáveis. Esta é uma tentativa muito séria
e cuidadosa de expandir a dramaturgia”. Para ele, poder dedicar um tempo a artistas que estão começando
de maneira sensível e com a radicalidade que eles se propuseram é uma tarefa
prazerosa. “É bonito ver jovens se relacionando no teatro com o nível de
pesquisa que eles desenvolveram."
Serviço:
“Ovo”, espetáculo do Agon Teatro
Estreia: dias 28 e 29 de março (sábado e domingo)
Temporada: de 9 a 12 e
de 16 a 19 de abril (de quinta a domingo)
Horário: 20 horas
Local: Usina Cultural
(Av. Duque de Caxias, 4159)
Ingressos: R$ 20 e R$
10 (meia-entrada) - À venda no local, uma hora antes de cada apresentação
Duração: 90
minutos
Classificação
indicativa: 14 anos
Ficha técnica:
Dramaturgia e direção:
Renato Forin Jr.
Elenco: Danieli Pereira
e Renato Forin Jr.
Orientação cênica:
Marcio Abreu
Criação de cenário:
Agon Teatro
Criação de figurino:
Nathalia Oncken
Criação de luz: Maria
Emília Cunha
Desenho sonoro,
flautas e viola: José Carlos Pires Júnior
Viola da Gamba: José
Olmiro Borges
Violino: Letizia Roa
Produção: Danieli
Pereira
Fotos e assistência de
palco: Marika Sawaguti
Videomaker: Cláudio de
Souza
Design gráfico:
Visualitá
Execução de cenário:
Claudiomar Meneguetti, Roberto Rosa, Romildo Ramos
Patrocínio: Programa
Municipal de Incentivo à Cultura - PROMICApoio: Usina Cultural,
Funcart, Àmen e Rádio UEL FM
Fonte: Assessoria de Imprensa
Um comentário:
Belíssima peça!
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