segunda-feira, 2 de março de 2015

Agon Teatro prepara espetáculo na Usina


Grupo estreia em março a montagem “Ovo”, que aposta na dramaturgia autoral e investe na pesquisa de novas formas de encenação pautadas na tradição

Ensaio de "Ovo " (Fotos: Marika Sawaguti)

        Depois de três anos desenvolvendo investigações sobre dramaturgia e encenação contemporânea, entre estudos teóricos e a sala de ensaio, o Agon Teatro faz os ajustes finais do espetáculo de estreia, previsto para março, na Usina. A montagem “Ovo” leva à cena Renato Forin Jr. (que também assina a dramaturgia) e Danieli Pereira. Eles que interpretam dois irmãos que escavam os sentimentos e tabus familiares no momento em que recebem a notícia da morte da mãe.
            “É uma percepção apurada de que o tempo vai passando, vai varrendo as lembranças, as histórias e os próprios membros da família”, conta Renato. O dramaturgo detalha que o texto trabalha de forma lírica esses temas e propõe uma encenação em arena, para um público reduzido, o que facilita a proximidade com os espectadores. "A ideia é praticar a invenção formal, própria da linha contemporânea, sem perder a essência do teatro – o encontro, a reflexão, a efemeridade do gesto artístico".
“Ovo”, espetáculo patrocinado pela Prefeitura de Londrina por meio do  Promic, tem orientação de direção de Marcio Abreu (da Companhia Brasileira de Teatro), criação sonora de José Carlos Pires Junior, desenho de luz de Maria Emília Cunha e figurino de Nathalia Oncken.


O Agon Teatro tem como proposta manter-se como grupo de pesquisa permanente e trabalhar com artistas convidados. Sediado na Usina, mantém uma rotina de ensaios e treinamentos baseados em linhas de força da tradição. 
As incursões do grupo vão de influências realistas, baseadas no estudo da análise ativa de Stanislavski, a procedimentos da antropologia teatral, sistematizados por Eugenio Barba. Como matéria-prima para o treinamento, o Agon também busca constante formação em oficinas e workshops. Para a montagem que estreia em março, por exemplo, o grupo realizou trabalho de voz com o ator londrinense Guilherme Kirchheim, atualmente integrante do Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards (Itália).
            Os integrantes do Agon destacam o desafio de produzir teatro num espaço de referência como Londrina. “Estamos em uma das cidades fundadoras da tradição de grupo no Brasil. Nomes como Proteu, Delta, Armazém, Cemitério de Automóveis, Boca de Baco e o mais recente Núcleo Às de Paus são, para nós, nortes e referências. Por isso, é sempre grande responsabilidade e, ao mesmo tempo, prova de resistência encarar um trabalho assim. Muita coisa boa foi e é produzida por aqui”.
O espetáculo “Ovo” cumpre temporada de dez apresentações na Usina nos meses de março e abril. 

(Fonte: Agon Teatro)

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